Contra a violência nos estádios, canto e guerra de memes

Por Marcelo Tas

No mundo cada vez mais conectado, temos sinais que vão na contra-mão. A Euro 2016 é um péssimo exemplo de convivência entre nações que habitam o mesmo continente. Começou com a violência nas ruas de Marseille entre russos e ingleses. Se alastrou para outras torcidas, inclusive nas arquibancadas dos tão aclamados estádios seguros da Europa. E culminou com o asssassinato da deputada trabalhista Jo Cox, por um fanático que deseja que o Reino Unido deixe o bloco da União Européia.

O velho mundo real capotou ou somos nós que agora ficamos sabendo imediatamente de qualquer conflito por conta do mundo virtual conectado? Ou será que o capotamento do mundo real é justamente por conta do virtual? Existem maneiras mais civilizadas de gastar a agressividade? 

Lá na Europa, algumas nações estão tentando responder positivamente a pergunta. Participando pela primeira vez na Eurocopa, a Irlanda do Norte chamou atenção pelos vídeos da torcida que viralizaram na internet e virou um hit da competição: A adaptação da música “Freed from desire” da italiana Gala Rizzatto – música que fez sucesso nos anos 1990 – e virou uma homenagem ao atacante da seleção Will Grigg. A versão adaptada levou o nome “Will Grigg`s on fire”.

A letra diz (em português) “Ele vai marcar gols! Ele vai marcar mais e mais. Ele vai marcar gols. Ele vai marcar todos eles (repete). Will Grigg está demais, sua defesa está aterrorizada!”. Mulheres, homens, crianças e idosos estão invadindo as fan zones, pubs e ruas cantando e pulando a homenagem ao time irlandês. Não é melhor que quebrar as ruas de Marselha?

Olha o que aconteceu quando a torcida Irlanda do Norte cruzou com a da Polônia na rua. Divididos por uma escadaria, as vozes brigavam com cantos animados em clima pacífico e divertido. Ao final do combate de gogós, os torcedores se cumprimentaram e se abraçaram. Fofo demais!

Já a Islândia tem encantado os estádio com sua arte vocal. Sua torcia entoa uma mistura de urros compassados com percursão de inspiração viking. Já é campeã de visualizações nas redes sociais

Esta semana, os brasileiros também lançaram um tipo de guerra que, por que não?, pode ser uma alternativa à cultura de guerra das torcidas de futebol: as guerras mundial de memes. Tudo começou com o meme brasileiro “in brazilian portuguese we don`t say” que fez sucesso em 2015 com trocadilhos de expressões inglesas e brasileiras. 

Usuários brasileiros descobriram uma conta no Twitter portuguesa com o nome “In Portugal We Don`t” e acusaram os portugueses de plagiar o meme brasileiro. Os portugueses revidaram a ofensa chamando o Brasil de colônia portuguesa. Foi quando deu o início à #PrimeiraGuerraMemeal #BRxPT que começou oficialmente em 13 de junho de 2016. O Brasil reivindicou a vitória dois dias depois.

Principais armas brasileiras: Inês Brasil, Carreta Furacão, Xuxa, Gretchen.

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No dia 17, após o Brasil se declarar vencedor da Primeira Guerra Memeal, a Argentina entrou no campo de batalha como aliada de Portugal #SegundaGuerraMemeal Brasil versus Argentina

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Como tudo na Internet é rápido, na manhã de sábado, dia 18, a Espanha decidiu entrar na guerra e declarou a #TerceiraGuerraMemeal Brasil versus Espanha

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Não satisfeitos, neste último domingo brasileiros lançaram a hashtag #QuartaGuerraMundial esperando quem será o próximo país a ser batido.

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Não seria uma boa inspiração para a atual violência da Euro, mais humor e menor rancor?

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