Há menos de uma semana para o fim da Rio 2016, sigo mergulhado na fascinante bolha olímpica, um intervalo místico na rotina que faz os mais entusiasmados como eu trocar até os dias da semana.
O dia de ontem passou à espera dos dez segundos de Bolt para cruzar a linha de chegada carregando a terceira medalha consecutiva. Apenas no Twitter, foram 1 milhão de menções sobre Usain Bolt. Um burburinho astronômico para acompanhar o tempo de 9,81 segundos na prova de 100m na pista azul do Engenhão. Duas piscadas mais lento do que seu próprio recorde batido em 2009 quando cravou 9,58 segundos. Encucado com isso, conectei no Snapchat, aquele rede social do Padre Fábio que só permite publicar vídeos de 10 segundos, e saí à procura de o que somos capazes de fazer durante o mesmo tempo que o Homem Raio leva medalhas de ouro para casa. O vídeo foi exibido no #TasNoSporTV, programa especial das olimpíadas que apresento no SporTV 4.
#TASNOSPORTV Se Usain Bolt conquista três medalhas consecutivas em menos de 10 segundos, Marcelo Tas usou o Snapchat para descobrir o que nós mortais conseguimos fazer durante esse tempinho.
Publicado por SporTV em Segunda, 15 de agosto de 2016
Além dos hóspedes famosos da Vila dos Atletas, o Brasil recebe durante as olimpíadas jogos com pouca tradição de público para os brasileiros. Ciclismo de pista, por exemplo, era novidade para mim até quando escalei as escadas do Velódromo e dei de cara com uma arena que nos teletransporta para o cenário dos Jetsons. A estética fututista da modalidade combinada à minha falta de informação sobre as regras das provas virou uma combinação hipinotizante. Demorou pouco para entender a lógica da brincadeira até que fui presenteado pelas atletas chinesas Gong Jinjie e Zhong Tianshi que cravaram um recorde olímpico na prova de velocidade por equipes feminino. As palmas animadas vinham das mãos de gringos entusiasmados que dominavam as arquibancadas transformando o português em um idioma raro em pleno Jacarepaguá.
Mas quando são os brasileiros dominando a torcida, o show fica ainda mais divertido. O clima despojado começou cedo. Após a lava das brasileiras nas suecas com o 5 x 1 no futebol feminino, um voluntário que conduzia a galera até o transporte público mais próximo ao Engenhão foi confundido com uma reencarnação de Renato Russo. Mas a cópia em carne e osso do vocalista do Legião Urbana não quis cantar. O show ficou por conta da torcida e seguiu cantando “Será… só imaginação” em clima de festa. Assistam ao vídeo que mostrei no #TasNoSporTV.
#TasNoSporTV Não há espécie mais divertida do que brasileiro O pugilista equatoriano Carlos André Mina foi carinhosamente trolado pela torcida que o assistia na luta de boxe olímpico contra o alemão Serge Michel no domingo, dia 7. Motivo da brincadeira: o sobrenome “Mina” do atleta do Equador foi o suficiente para começar a cantoria “Mina, seus cabelo é da hora…” dos Mamonas Assassinas.
Publicado por Marcelo Tas em Segunda, 15 de agosto de 2016
Como a zoeira never ends, o pugilista equatoriano Carlos André Mina foi carinhosamente trolado pela torcida que o assistia na luta de boxe olímpico contra o alemão Serge Michel no domingo, dia 7, um dia depois do coro do Renato Russo. Motivo da brincadeira: o sobrenome “Mina” do atleta do Equador foi o suficiente para começar a cantoria “Mina, seus cabelo é da hora…” dos Mamonas Assassinas.
Até a partida de basquete masculino que uniu pela primeira vez brasileiros e argentinos na mesma arquibancada supreendeu os mais pessimistas que esperavam uma confusão. Que nada! Apesar da tensão do placar que terminou com vitória dos hermanos, os brasileiros fizeram mais um karaokê na arena. Caetano Veloso foi interpretado com a poesia “Eta, eta, eta, eta… Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta”, “au au au, cinco pesos, um real”.
A emoção das duas prorrogações do jogo só fez aumentar a duração da festa e estimular ainda mais a criatividade dos poetas de arquibancada.
Foi na experiência ocular e cardíaca que vivi infiltrado entre os argentinos na saída do jogo, percebi um dos maiores legados da Olimpíada, a paz e humor entre torcidas de grandes rivais.