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Yamato Tanooka é um japonesinho de sete anos que vive na ilha de Hokkaido, situada ao norte do Japão. Sábado retrasado, a família dele estava passeando no pé do monte Komagatake, um vulcão ainda ativo, rodeado por uma floresta protegida repleta de ursos.
Em vez de brincar no parque, o danadinho do Yamato, como é próprio de garotos da idade dele, preferiu ficar admirando os automóveis que chegavam ao parque. Os pais ficaram chateados, dizem que Yamato as vezes atirava pedrinhas nos carros. Como forma de punição, fingiram abandonar o garoto na estrada ao lado da floresta. Andaram 500 metros para dar um sustinho nele. Quando voltaram, o pequeno travesso não estava mais lá. Desespero tomou conta dos pais e do país. A temperatura à noite caía para 7 graus e a floresta é habitada por ursos selvagens.
Depois de seis dias, ele foi encontrado vivo. Estava dentro de uma pequena cabana, dormindo entre dois colchonetes, morrendo de fome. Tomando água de uma torneirinha que havia fora da cabana.

Mapa mostra à esquerda o local onde o menino foi abandonado. No canto direito, ponto onde foi encontrado a quase 5km.
Reprodução dailymail.co.uk
O que temos a aprender com essa história? O senhor Tamayuki, pai do Yamato, apareceu para assumir a responsabilidade e pedir perdão ao filho e a todos os japoneses.
Do lado de cá do planeta, todos os dias, recebemos assustados notícias de mal feitos que envovem bilhões de recursos desviados. Só nas manchetes do jornais de hoje, ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró nos relata propinas de mais de meio bilhão de reais desde 2002. O procurador-geral da República diz que o atual ministro do Turismo Henrique Alves foi favorecido. Pediu ainda abertura de inquérito contra Renan, Jucá, Edison Lobão e Sarney. O furacão da Lava-Jato ainda com as denúncias das empreiteiras OAS e Odebrecht podem trazer informações desagradáveis para o presidente Lula e a atual presidente Dilma, e ainda Aécio Neves e até ministros do antigo governo FHC, como o falecido Sergio Guerra.
Cunha foi pego com contas na Suíça, com evidências cristalinas de gastos exorbitantes que coincidem com denúncias de mal feitos, corrupção, tráfico de influência, e tantos etecetaras que nem temos tempo de enumerar aqui. E ao invés de desculpas ele nos trata como crianças ingênuas, perdidas numa floresta de explicações tortas.
Até hoje não vi um, nem umzinho, nem quem foi pego com o baton na cueca, assumir a responsabilidade, olhar para a lente da câmera e pedir desculpas para cada um de nós brasileiros. Vamos aprender a pedir perdão como o senhor Tamayuki? Há ainda outro caminho para os mais corajosos, que os japoneses tambéma adotam para pedir perdão e assumir a culpa, o harakiri.
É só pegar uma Tanto, faca curta, abaixo na foto, e atravessar o estomago longitudinalmente. O ato simboliza o reconhecimento por uma falta e uma auto-punição exemplar reconhecida pelo próprio faltoso. Algum dos nossos políticos se habilita?

Tanto, uma das lâminas preferidas para a prática do Harakiri
Japan Tool – Knives