O que os piratas da Islândia tem a dizer sobre as eleições no Brasil

Por Marcelo Tas

Como os Piratas da Islândia nos ajudam a compreender as eleições de segundo turno no Brasil?

O partido internacional literalmente chamado Pirata nasceu em 2014 na Suécia. Mas foi na Islândia que conseguiu disputar pela primeira vez uma eleição nacional que aconteceu no último sábado. Apesar de não ter levado à maioria dos votos, o crescimento do partido chega a ser considerado uma grande vitória. Os piratas não se posicionam à direita, esquerda ou centro. Levantam a bandeira dos insatisfeitos com a política tradicional. Pela Islândia, assim como no Brasil, essa parcela não é pequena. Um país que viveu uma forte crise 2008 quando a nação pediu falência e assistiu ao seu primeiro-ministro renunciar o cargo em abril deste ano após ter seu nome citado no escândalo “Panama Papers”.

Os cabeças de chave do Partido Pirata são nerds, geeks e hackers. A líder Birgitta Jonadottir, ex-membro da WikiLeaks, promete algo raro em tempos de corrupção: a transparência. Como bons nerds, defendem o compartilhamento de conhecimento nos meios digitais uma obrigação.

De um país que vivia essencialmente da pesca e hoje dá oportunidade política a jovens hackers para recuperar a dignidade do república parlamentarista, voltemos ao Brasil onde a democracia oferece uma ferramenta usada como escape dos insatisfeitos: a abstenção do voto. O Rio de Janeiro foi o destaque entre as cidades que foram ao segundo turno. Se somarmos os brancos, nulos e aqueles que sequer foram às urnas, são mais de 45%. Isto é, mais do que o candidato eleito Marcelo Crivella (PRB).

Os jovens brasileiros também têm se mostrado como possíveis revolucionários da balbúrdia pública. Os protestos e ocupações escolares podem apontar como aumento no interesse político entre os adolescentes desta geração. A estudante Ana Júlia Pires, de 16 anos, ficou famosa nas redes com seu vídeo de discurso na Assembleia Legislativa do Paraná ao dizer que aprendeu mais sobre política na ocupação da escola do que em anos na sala de aula.

Alunos em protestos ou nerds anarquistas, a juventude da era do compartilhamento está escancarando a necessidade de renovação das práticas públicas e cidadania. Entre aqueles que se identificam com a parcela ligada na tecnologia, São Paulo realizará um grande encontro entre os dias 5 e 13 de novembro. A São Paulo Tech Week transformará a cidade em um hub de conhecimento com mais de 200 eventos nacionais e internacionais distribuídos em vários pontos da capital. O foco é discutir assuntos relacionados a inovação e empreendedorismo em tecnologia com os 50 mil participantes previstos.

O site oferece a programação completa. Destaco a Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo e o painel “Realidade Virtual aplicada a processos de negócio” para os mais empreendedores. A feira Dante inCiência também promete aguçar os curiosos com exposição dos trabalhos de investigação científica de mais de 2 mil alunos do ensino fundamental e médio. Já quem procura emoção com toque de ficção científica, reserve o dia 10 para assistir à primeira corrida de drones no Brasil.

Fechando os convites aos interessados em tecnologia e empreendedorismo, estarei no CBN Young Professional com a palestra “O que aprendi com meus jovens clientes na era digital” que rola no dia 8 de novembro, às 15h, no Transamérica Expo Center. As condições  para assistir ao evento e a programação completa preparada pela CBN estão disponíveis no site da rádio CBN.  

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