Todos os dias mais de 100 brasileiros morrem no trânsito

Por Marcelo Tas

Ontem foi celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito. O movimento que começou em 1993 no Reino Unido com a RoadPeace.org recebe o apoio da ONU para levar todos os países a uma reflexão sobre a morte anual de 1,25 milhão de pessoas em acidentes de trânsito no mundo. 

Em 2015, o Brasil perdeu mais de 40 mil pessoas nestas circunstâncias conquistando o topo do pódio da América Latina em vítimas no trânsito. É como se um avião comercial caísse todos os dias embarcado com brasileiros. Apesar de carregar a triste medalha, não percebo tal reflexão entre os conterrâneos. 

Apesar das estruturas deficientes das vias brasileiras, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego constatou que 93% dos acidentes são causados por erro ou negligência humana. Além de cobrarmos das autoridades decência na fiscalização e infraestrutura, precisamos fazer nossas partes. O portal oficial sobre o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Trânsito lista as seis maiores causas de morte no trânsito. Excesso de velocidade, consumo de bebidas alcoólicas, falta de cinto de segurança, cadeira para crianças e capacetes além do vilão dos volantes dos tempos atuais: o celular. 

Escrevo para vocês do Rio de Janeiro, donde estamos acompanhando horrorizados a troca de tiros entre bandidos e milícias contra a polícia e a população. O que me espanta é verificar que o número de vítimas em acidentes de trânsito empata com as mortes por armas de fogo. Uma barbárie onde, muitas vezes, podemos ser autores da tragédia enquanto bancamos de bom moço. 

Os vilões das estradas estão mesmo entre nós. O Hospital Samaritano de São Paulo realizou uma pesquisa com 4,1 mil motoristas, quando 80% confessaram que dirigem e usam celular ao mesmo tempo. Uma negligência de responsabilidade e cidadania quando estamos nos sujeitando ao aumento de 400% o risco de acidente quando usamos o aparelho na direção, como mostrou a pesquisa do Departamento de Trânsito e Segurança nas Estradas dos Estados Unidos. 

Será que não estamos nos submetendo ao risco e contribuindo com uma violência provocada pela nossa irresponsabilidade? 

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