Violência dos games ajuda entender debate sobre Impeachment

Por Marcelo Tas

Jornais de hoje mostram fotos da montagem do aparato em frente ao Congresso para as manifestações a favor e contra o Impeachment. Me lembrou muito o campo de combate virtual do Leagle of Legends, o game on-line mais jogado no mundo. Esplanada dividida, 1 Km de extensão, 80 metros de largura, vai da rodoviária até o Congresso Nacional, grades de dois metros de altura. Detalhe: são alambrados opacos para que um lado não veja o outro. Um autêntico muro da vergonha!

Vamos então aprender com o LOL – o League of Legends. Uma notícia publicada na revista Nature mostra que a empresa Riot, criadora do game, abriu seu big data para cientistas estudarem o comportamento violento dos jogadores enquanto lutam. 

Atualmente são mais de 67 milhões de jogadores pelo mundo. No Brasil, uma das edições do campeonato realizado na arena do Palmeiras vendeu 12 mil ingressos em apenas 2h30 de venda online. Em 2015, o LOL teve um lucro de 1.25 bilhões de dólares.

O big data da Riot revelou de onde vem o comportamento tóxico dos jogadores e como, o mais importante, fazer eles serem mais gentis uns com os outros.

LIÇÕES DO BIG DATA

O método sugere a observação cuidadosa para identificar o que está nos afetando negativamente. À medida que começamos a substituir o velho padrão de reagir a ódio com ódio, recuo ou ataque diante de julgamentos e críticas, começamos a percebendo a nós mesmos e aos outros. No fundo a prática estimula escutar o interlocutor e a nós mesmos com respeito, atenção e empatia. Parece simples, eu sei que não é, mas vale tentar.

O resultado pode nos ajudar a melhorar o debate agressivo sobre o Impeachment. É golpe! Não é golpe! Roubou! Não roubou! Roubou, mas todo mundo rouba! Coxinha! Petralha!

Vamos além dos xingamentos? Mais que todo mundo, a classe política precisa ir além dos interesses da classe política. Precisa, como sugere as lições do game Leagle of Legends, observar com atenção e empatia para entender a razão deles estarem todos em Brasília, de terno e gravata pagos com o nosso suado dinheiro. 

Vamos dar importância ao que tem importância: o destino dessa nave louca e amada chamada Brasil. Vamos cuidar da nossa jovem democracia. O Impeachment não é golpe, como diz um lado. Ao mesmo tempo não se tira um presidente sem o devido ritual onde deve estar presente o direito de defesa e principalmente o respeito aos eventuais derrotados. Senão, vai ser só treta. E muita treta!

Esse foi o assunto da minha coluna que estreiou hoje na CBN. Ouça aqui e compartilhe os seus comentários 🙂

PS.: Correção: na coluna da CBN, falei que a música “Muita Treta” era dos Racionais Mc’s. Treta feia! O autor é o Pregador Luo com o extinto grupo Apocalipse 16.

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